31 de maio de 2011

A urbanização e o dia-a-dia da terceira idade

Hoje quando cheguei à casa do meu pai me surpreendi com um terreno vazio logo na esquina. Lá, durante anos e anos, foi um açougue. Ao lado era uma lojinha "tem tudo" e do outro lado o bar do Seu Zé. Nem sei se o nome dele era esse, mas ele sempre foi chamado assim, por todos. Foi uma sensação estranha de perda de referências e de parte da história da minha vida.

A mudança pela qual as cidades estão passando, principalmente os grandes centros urbanos, tem atingido, "em cheio", a vida das pessoas da terceira idade.

Quanto mais velha é a pessoa, mais importante é o local em que ela mora. É nele que estão os laços afetivos, cultivados durante anos.

O fechamento de um pequeno comércio não significa somente a necessidade de buscar outro lugar para comprar o mesmo tipo de mercadoria. Significa também a ruptura no convívio cotidiano com as pessoas que lá trabalhavam, o fim de um ponto de encontro com outros moradores, o fim de uma atividade prazerosa do dia-a-dia, e o fim da "fonte de informações da vida alheia".... também conhecida como "fofoca do bairro", adorada por alguns.

Saber quem é a pessoa que estará atrás do balcão, ser recebido pelo jornaleiro que o chama pelo nome, ser avisado pelo padeiro que o pão naquele dia está do jeito que gosta, o barbeiro que conhece o corte do cabelo, a manicure que é a "psicóloga" semanal é extremamente aconchegante. São estes profissionais e suas atitudes que trazem à pessoa a sensação de segurança e conforto. E convenhamos....não há como criar o mesmo grau de relacionamento com, por exemplo, o atendente de um supermercado. E se você estiver sem carteira então? Eles nem sabem o que é a tal caderneta!!! Ou paga ou não leva...nem pensar em pagar na semana que vem......

Além das pessoas com que se mantém um relacionamento, mesmo que silencioso, sem muita conversa, há também a ligação afetiva ao local propriamente dito. Saber onde mora ou morou tal pessoa, lembrar dos eventos na praça, o cinema onde se viu filmes famosos, e tantos outros lugares que possuem sua história e carregam a memória de anos.

Com o aumento populacional contínuo, o número de habitações necessárias se torna maior. Em um terreno onde se encontravam 5 ou 8 casas (residenciais e/ou comerciais) de bom tamanho é possível construir uma torre com 15 andares e 4 apartamentos por andar. Ou seja, este mesmo espaço passa a abrigar pelo menos 60 famílias.

Em busca de uma melhor qualidade de vida, as pessoas preferem morar em bairros, onde há melhor oferta de: trabalho, comércio, serviços, transporte, instituições de ensino e de saúde. Estas pessoas tentam evitar locais distantes, fugindo assim do trânsito e da violência (que é maior na periferia). Ou seja, quanto mais caótica fica a situação de uma cidade, maior é a procura por moradia nas áreas "mais nobres".

Ironicamente quanto maior é o caos em uma cidade, maior é o lucro das construtoras com os empreendimentos lançados nestas regiões. Esta preferência por bairros com melhor infra-estrutura é também aplicada aos prédios comerciais.

Visando atender a este crescente mercado, as construtoras compram imóveis residenciais e/ou comerciais e os "levam ao chão" em dias, logo depois é colocam um tapume e uma placa "breve lançamento!!" Passados alguns anos lá está um belo prédio residencial ou comercial, quando não um shopping....

As referências vão, desta forma, desaparecendo aos poucos... não há mais os "amigos comerciantes" para conversar e relembrar as histórias do bairro, acaba a compra na caderneta, não há mais os filhos dos moradores e comerciantes brincando juntos na rua, sem preconceito!!!! A casa da D.Maria, do Seu João, e de tantos outros não está mais lá, nem eles.... para onde se mudaram?

Estes mesmos sentimentos de perda surgem quando a pessoa mais velha é obrigada a mudar de endereço, indo para um local distante daquele em que sempre ou quase sempre morou. Vários são os motivos que fazem a mudança necessária: pode ser porque a casa ficou grande demais, ou foi comprada por uma construtora, ou os filhos querem ficar mais próximos, ou porque é mais seguro morar em um apartamento.....

É justamente esta sensação de perdas (em vários aspectos), causada pela modificação do entorno ou de uma mudança de endereço, que preocupa os profissionais que trabalham com os mais velhos. Isso porque as pessoas deixam de ter motivação para desenvolver as atividades cotidianas, vão se sentindo cada vez mais solitárias e não se esforçam para criar novos laços afetivos. Este conjunto de fatores leva muitas à solidão e consequentemente a depressão, um dos maiores males da terceira idade.

Por isso recomendo que, se você tiver necessidade de mudar de endereço, o ideal é procurar por outro que seja o mais próximo possível daquele onde passou os últimos anos. Se for necessário mudar para um lugar realmente diferente, procure um que você já conheça, com o qual possua afinidade, e melhor ainda se escolher um em que já possui laços afetivos com os demais moradores e/ou com a região.

Por outro lado, pondere..... por mais que o bairro esteja mudando; com o surgimento de centros comerciais, prédios e academias, por exemplo, o ideal é que você não pense em deixá-lo, pois é mais fácil se adaptar às modificações que ocorrem no decorrer dos anos do que recomeçar toda uma rotina em um lugar novo. Sempre sobram vizinhos, comerciantes e colegas de bairro. É um lugar onde você circula tranquilamente, conhece as ruas, sabe onde encontrar o que precisa, sabe qual transporte público atende a região e tantas outras "coisinhas" que te deixam tranquilo e seguro.

Não mude se não precisar, mas se mudar procure ficar perto de onde sempre esteve.....

Boa noite!!

Se você tem dúvida sobre o tema ou alguma história para contar, faça via comentário ou  mesmo por e-mail:

24 de maio de 2011

Encarar e rir ou fazer que não percebeu??

É engraçado como a sociedade cria valores que moldam nossa forma de ser e de encarar certas situações.

No passar dos anos passamos a lembrar que o nosso corpo é composto por partes.... que, aos poucos, parecem se tornar independentes. Que ironia, durante anos imaginávamos ser uma "peça única" completa e perfeita!

De forma divertida e até em tom de brincadeira as pessoas falam,: "meu braço está ficando curto!" Isso vai se tornando corriqueiro na vida das pessoas a medida em que ler, algo com letras pequenas, se transforma em uma tarefa cada vez mais "embaçada". A partir dos 40 anos é quase regra que as pessoas passem a precisar de óculos para leitura. É impressionante como a grande maioria nãããoooo tem vergonha de usar os óculos pendurado no pescoço. A naturalidade em relação aos óculos é tão grande que alguns chegam a pedir o do amigo emprestado....por um instantinho! Felizardos são aqueles que ocupam o grupo da exceção!!

Até uma determinada fase da vida nos lembramos que temos pernas por conta dos olhares que ela atraem: seja pela definição muscular ou por serem perfeitamente torneadas... Mas, os anos vão passando e a consciência de que temos perna passa a acontecer por causa daquela dorzinha, cansaço, variz, inchaço...... ! "Ái", e tem o tal de joelho no meio da perna e ele não suporta mais ser dobrado por muito tempo. E andar então? Não custa ter mais cuidado, pois parece que os buracos aparecem na nossa frente como pipoca e por vezes a calçada parece ser feita de espuma, as quedas então parecem mais factíveis.... A escada de abrir com 7 degraus é lentamente substituída por uma de 3, aquela que tem os 2 primeiros dobráveis e esta, por sua vez substituída por um filho, neto, empregada, amigo ou vizinho!!!

Quando percebem que a firmeza não é mais a mesma algumas pessoas adotam uma bengala, um acessório que já teve sua época áurea, mas que nunca perdeu seu charme! É como um foulard bem usado, o qual é capaz, até hoje, de chamar a atenção das mulheres e "causar inveja" (saudável) nos homens. Ah! Já vemos muitas pessoas usando versões modernas de bengalas, agora chamadas de stiks. Estes são vendidos em lojas de esporte de aventura, pois são equipamentos essenciais para pessoas que fazem caminhadas.

A flexibilidade e força muscular também não podem ficar de fora desta "segmentação corporal", pois não tarda a percepção de que elas também foram afetadas. Isso ocorre quando nos damos conta de que os objetos do dia a dia estão migrando para os armários mais baixos enquanto o jogo de chá e as baixelas vão subindo, aos poucos, até ficarem quase inacessíveis, lá no alto!

E a boca nesta história? Hoje as pessoas comentam, sem problema algum, que fizeram um implante dentário, que foi um procedimento tranquilo e, tem até aqueles que parecem ter orgulho em contar o feito! Ótimo, pois isso demonstra cuidado pessoal tanto da saúde quanto da aparência. Mas..........isso foi uma mudança maravilhosa nos conceitos!!!!  Pense bem, há poucos anos, a mesma perda de dentes era sinônimo de ponte ou dentadura.....Me diga, você lembra de alguém falando tão aberta e tranquilamente que havia ido ao dentista para provar a dentadura nova? Ou que estava levando o copo d'água para o quarto para deixar a dentadura durante a noite? É as coisas mudaram muito!!!!

E para a memória então? As pessoas dizem: "estou ficando esquecido!" admitem de forma natural e chegam a adotar táticas para auxiliar no dia-a-dia, criando, para isso, mecanismos, truques e que tais dos mais diferentes, quando não inusitados e engraçados. A chave do carro dentro da geladeira, será que você já ouviu falar disso? Que maravilha encarar estas situações com bom humor e aprender a lidar com elas. Então surgem os exercícios para melhorar a memória: jogar paciência no computador, fazer palavras cruzadas, tricô ou ponto cruz. Mudar o percurso da caminhada diária também ajuda!

Outras dificuldades vão aparecendo no decorrer dos anos e a maioria é vista como algo normal e as pessoas, via de regra, não possuem nenhum problema em admití-las..... passando até a falar naturalmente que é o mais novo integrante do grupo que "não consegue mais"....

É turma!! É o monóculo de alguns poucos virou um óculos pendurado no pescoço de todos, a bengala virou stik de alta tecnologia,  a dentadura e a ponte viraram implantes, exercício para a memória agora é usar a internet!!  Que maravilha, a evolução tecnológica transformando tabús em atitudes corriqueiras!!!

Agora a grande questão.....

As pessoas admitem ter redução na capacidade de ler letras pequenas, que as pernas não suportam mais tanto esforço, que as mãos não estão tão firmes que um dente foi perdido e que a memória falha vez por outra...... por que as mesmas pessoas relutam tanto em admitir que estão perdendo a audição???????????? Se os óculos são usados de forma tão natural para melhorar a visão, porque um aparelho auditivo, para melhorar a audição, é cercado de tanto preconceito? 

Hoje, seguindo a regra da evolução tecnológica os aparelhos auditivos são digitais, tão pequenos que se tornam imperceptíveis e com alta tecnologia no controle do som. Lembra? Isso também aconteceu com as lentes de óculos, implantes dentários e stiks, entre outros.

A medida em que a audição diminui, não tem tamanho de braço que resolva, a primeira  adaptação natural é a leitura labial. No começo tudo bem, pois a pessoa escuta um tanto e consegue entender o resto, observando o movimento dos lábios do seu interlocutor. Acontece que a perda contínua da audição dificulta este tipo de adaptação natural.

Por acaso você sabia que, na maioria dos casos, as pessoas deixam de escutar primeiro as consoantes? Imagine então o esforço que se faz pra tentar adivinhar quais foram ditas e assim adivinhar as palavras contidas na conversa..... (até parece jogo da forca), isso sim é exercício mental .Pena que é aliado ao stress emocional !!! E isso "não vale"....

Imagine escutar a seguinte frase "i_ a_ i_ e    u_ a    _ _a_ e    _i_a   a_ _i_?"  Entendeu? Vamos colocar as consoantes e ela se transforma em: "Imagine uma frase dita assim?" Agora, pare e pense...... em quantas atividades do seu dia a dia, escutar (e compreender) o que é dito e o que ocorre no seu entorno é fundamental? Atravessar uma rua, participar de eventos sociais, dirigir, ir ao banco e ao supermercado. Imagine a consequência de não entender corretamente a orientação que um médico lhe passa?

Vamos analisar...... quem tem prazer em conversar com uma pessoa para quem se pergunta uma coisa e a resposta não tem "lé com lé"? Por outro lado quem tem prazer em ir a um jantar onde não é possível participar da conversa porque não a compreende corretamente?

Já sei!!  Você está pensando se já perdeu um pouco da audição, não é? Quer fazer um teste? Enquanto estiver conversando com uma pessoa amiga, peça a ela que continue falando, no mesmo tom, e vire de costas. Se a conversa continuar fluindo naturalmente fique tranquilo mas...... se você perceber que não foi possível compreender tão bem o que seu amigo falou, não perca tempo, procure um médico!!!!

A perda da audição é um dos maiores fatores de isolamento social, o qual pode ocorrer de duas formas.
A primeira é o afastamento daquele que percebe que não consegue mais ser participativo socialmente, acompanhar uma conversa em uma "rodinha" ou na mesa de jantar com a família, que o volume da televisão que as pessoas estão assistindo está muito baixo.

Por outro lado aqueles que cercam uma pessoa que não esta escutando bem, não conseguem entender porque falam de um assunto e a opinião manifestada é sobre outro, ou porque ao perguntar algo a resposta não tem sentido.  Tentando preservar a participação daquele que não escuta bem, os mais íntimos começam a falar mais alto e de frente. Acontece que não é em qualquer lugar que se pode falar alto e nem sempre é possível estar de frente.  

Nos piores casos aquele que perde parte da audição passa a ser rotulado, não é mais procurado para participar de encontros, jantares e demais situações sociais ou tão ruim quanto isso é quando ele quem passa a recusar os convites se isolando cada vez mais. Lembre que a solidão é uma porta aberta para a depressão!!!!

Uma boa noite, e vamos continuar nos equipando para compensar nossas perdas......

Se você quer saber mais sobre este assunto manifeste seu interesse via comentário ou mesmo por e-mail: idoso-e-cotidiano@gmail.com

17 de maio de 2011

Fogo e fumaça

Seguindo a minha proposta de olhar as questões por vários ângulos, vou falar de segurança doméstica enfocando o fogo e a fumaça, temas menos comentados. Como não poderia deixar de ser também vou fazer algumas sugestões.

Nós nos preocupamos, em nosso dia-a-dia, com os riscos mais comuns, evidentes e conhecidos como, por exemplo, as quedas dos idosos. Porém, além destas situações comuns existem outras que, para a nossa sorte, ocorrem com menor frequência, mas que podem ter consequências muito sérias.

Para que você entenda melhor a importância do assunto que vou tratar neste texto, eu gostaria de esclarecer que durante o processo de envelhecimento nós vamos perdendo também o olfato.

Começando com o fogo!!!
Engraçado! Sempre que se fala de fogo as pessoas já imaginam um incêndio acabando com tudo, aquele corre-corre! Aquela desgraça! Mas existem aqueles pequenos incêndios domésticos que, por sorte, conseguimos apagar. É, por exemplo, o pano de prato que queima (ao pegar uma panela no fogão com a chama acesa), um ferro ligado esquecido sobre a roupa, o chuveiro que foi mal instalado, e mais uma série de casos que no decorrer da vida nós vamos escutando, quando não vivendo!! *

Não dá para negar que "o esquecer" é mais comum na medida em que vamos envelhecendo e por isso mesmo o risco deste tipo de ocorrência também cresce com o passar dos anos.

É por isso que as pessoas mais velhas devem ter mais atenção, devem incorporar na sua rotina o hábito de não interromper, repentinamente, uma atividade (principalmente a que envolve risco), para fazer outra. Por exemplo, estar esquentando água no fogão e sair para atender o telefone. Esta mudança repentina de tarefa facilita à pessoa esquecer que ficou uma panela no fogo!

E quando acaba a luz então? O comum é acender uma vela. As pessoas mais velhas cresceram convivendo com ela, há uma relação de carinho! Acontece que sem luz não há televisão e também não se tem muito o que fazer. É ai que mora o perigo!! O normal, quando se está sem luz, é sentar para esperar um pouco e neste momento é fácil dormir.

Ai !   Tinha uma vela acesa !!!
Se a vela estiver corretamente "acomodada", tudo bem. Ela vai apagar naturalmente e no dia seguinte você acorda sem susto. Mas, se a vela não estiver corretamente "acomodada", você pode ter uma surpresa desagradável no meio da noite. Se você mora em um apartamento é mais provável que um vizinho venha ajudar a tempo, porém se você mora em uma casa....talvez este socorro não seja tão rápido e a consequência seja mais séria.

Moral deste blá,blá,blá.... Vela não!!!! Esqueça as velas!

Hoje, com a  popularização dos LEDS o mercado oferece uma série de alternativas, mais seguras do que a querida vela. De forma bastante simples, vou explicar que os LEDS são lâmpadas modernas, bem pequenininhas, que iluminam muito (ou pouco) e gastam pouquíssima energia. Sabe aquela lampadinha da televisão, vídeo, tv a cabo... vermelhinha/verdinha? Aquilo é um LED, dos fraquinhos, mas é.

As lanternas e pequenas luminárias de LED já estão bastante em conta. Dá para trocar a vela por uma "mini luminária" portátil, do tamanho de um pires de café. Ela ilumina mais do que uma vela, a luz não é proveniente da chama, não apaga e a bateria (pilha) dura pelo menos 100 horas. Você pode dormir tranquilo. Nem calor a bendita emite (diferente de uma lâmpada convencional) não esquenta mesmo, você pode até colocar a mão sobre ela!

Bem, onde tem fogo costuma ter fumaça. Neste caso a tecnologia também pode ajudar muito. Pense....Se você for alertado, no caso de haver fumaça em excesso em algum lugar da sua casa, poderá reagir rapidamente evitando um mal maior.
Atualmente é fácil comprar um pequeno detector de fumaça, que vai "gritar" se houver muita fumaça no lugar em que ele está instalado. Não é caro, já foi, no passado.

Ah! Já sei, você vai questionar quanto a instalação....relaxe, é simples. Se você quiser, pode colocar o detector de fumaça em mais de um cômodo da casa. Isso é recomendado principalmente aos adeptos dos benjamins (televisão, com tv a cabo, com ventilador, com aquecedor) tudo numa tomada só!

É engraçado como um assunto chama outro, não é? Para ter fogo e fumaça, a cozinha é o lugar ideal, porque lá está o fogão. Só que, para o fogão funcionar é necessário um combustível, que neste caso é o gás... um assassino silencioso, capaz de nos levar bem devagar.... sem chance de reação.

Vou citar aqui dois exemplos clássicos de vazamento de gás. O primeiro ocorre quando a pessoa acha que desligou a boca do fogão, mas na verdade não o fez totalmente. O gás então fica escapando o que só é percebido depois de um tempão. O segundo exemplo é aquela situação em que a chama de uma das bocas do fogão apaga sozinha "e o gás fica lá", saindo sem ser queimado. Já ouviu falar nisso?  

E a mangueira do gás, ela tem validade, sabia? Há quanto tempo você não troca a do seu fogão? Será que ela não está rachada, furada, ressecada e vazando?

Diferente da fumaça, nem sempre percebemos que há gás no ambiente, e muitas vezes este "não perceber" é o que leva à desfechos desagradáveis. Mas, há uma solução..... o detector de gás!

Igual ao o detector de fumaça ele "grita" quando há muito gás no ambiente em que ele está instalado. Este equipamento também é bastante útil para casas onde há aquecedor de água a gás o qual, no decorrer dos anos, pode apresentar vazamento....e se a revisão não for feita periodicamente, a chance de vazamento de gás aumenta.

No caso do detector de gás, a instalação também é simples, pois uma grande parte destes equipamentos precisa apenas de uma tomada (110 ou 220).
No momento da compra e instalação é necessário saber se o gás na sua casa é GLP (gás liquefeito de petróleo) normalmente de botijão ou GN (gás natural) normalmente encontrado no gás encanado. Isso é importante porque o GLP é mais pesado do que o ar, então o gás que vaza desce e fica próximo ao chão neste caso o detector deve estar mais baixo. O GN, por sua vez, é mais leve do que o ar então o gás que vaza fica mais perto do teto, neste caso o detector deve estar mais alto. Acima de tudo é imprescindível ler o manual para saber as alturas corretas, pois o equipamento só funciona se respeitada a orientação do fabricante, para cada tipo de gás e ambiente.

Principalmente para quem mora sozinho alguns equipamentos podem melhorar a qualidade de vida, pois ao instalá-los a pessoa fica mais tranquila, menos preocupada, dorme melhor, fica mais disponível para se preocupar com outras coisas. Ainda tem aqueles casos em que o idoso mora na sua própria casa e a família, querendo ou não, está sempre preocupada. Com a ajuda da tecnologia até os familiares dormem melhor!!! Isso, por si só, já é um belo argumento.

Fogo, fumaça e gás! Há como colocá-los em um nível inferior entre as suas preocupações diárias.

Boa noite!

* Aproveito para alertar que as casas e apartamentos mais antigos tem uma chance maior de apresentar problemas nas tomadas e interruptores. A instalação elétrica antiga tende a ter a fiação ressecada e as conexões mais frágeis. O mesmo ocorre com os eletrodomésticos e equipamentos antigos.

Para não perder a oportunidade lembro que estes equipamentos também são interessantes para casas onde há crianças, pois muitas vezes não se sabe o que elas estão fazendo ou em que estão mexendo.


Se você tem dúvida sobre o tema ou alguma história para contar, que envolva fogo, fumaça ou gás o faça via comentário ou  mesmo por e-mail: idosoecotidiano@gmail.com 

10 de maio de 2011

Roupas - até elas merecem atenção da terceira idade!

Você pode até achar engraçado, mas hoje vou mudar de assunto, de novo, mas não pense que esta opção por temas diversos foi por acaso! Postar até agora 4 textos bem diferentes foi a forma que encontrei para demonstrar a variedade de assuntos que envolve o cotidiano da terceira idade. No fundo, é isso que me encanta! É pensar como algo, que aparentemente não tem importância pode melhorar a qualidade de vida dos idosos.

Bem, o que eu teria para falar das roupas então?

Vamos começar lembrando o meu primeiro texto deste blog, aquele sobre a temperatura ambiente. Nele eu comento que no decorrer do envelhecimento há redução na capacidade dos idosos para perceber a real temperatura do ambiente, isso porque a pele sofre redução na sua sensibilidade. É justamente neste ponto que está a relação entre aquele texto e este.

Da mesma forma que a sensibilidade diminui para perceber a temperatura ela também diminui para perceber que algo está agredindo a pele, neste caso o tecido. Mas não pense que é só isso...... existe sim "outra coisinha que o envelhecimento faz". Os anos vão passando e a pele vai afinando. É uma ironia, se a sensibilidade diminui a pele deveria se tornar mais resistente para compensar. Isso é o que nós gostaríamos !!!! A realidade é: "menos com menos" ou seja: menos sensível e menos resistente. O único "mais" desta história é: mais delicada e mais vulnerável. Dá até para achar graça!!

Agora que falei destas duas características da pele, fica fácil entender porque sempre recomendam aos idosos usar roupas macias, de preferência de algodão. As roupas também devem ser um pouquinho mais folgadas (não precisa exagerar, dê espaço entre a pele e a roupa, isso é suficiente) Quando for comprar (inclusive as íntimas) prefira aquelas que possuem algodão na composição, quanto mais, melhor!

A roupa, no verão, tende a ficar úmida (de suor) e isso favorece a irritação da pele (que está cada vez mais fina, lembra?) então use roupas leves e, se estiver muito quente, não arrisque, troque a roupa logo que possível, principalmente a de baixo.

Não podemos esquecer que o processo de envelhecimento ocorre de forma diferente de pessoa para pessoa e por isso o grau de perda de sensibilidade também varia, mas........ ela ocorre, em maior ou menor intensidade..... é inevitável!!!

Quando o assunto é roupas, nunca escuto comentários sobre a lavagem das mesmas. Até parece que as pessoas vivem com roupa nova ou suja.

Precisamos lembrar que as roupas são lavadas e por isso não é só maciez e tipo de tecido que merecem atenção. O produto utilizado para lavá-las e a forma como isso é feito também são importantes.

Sabão (pó ou barra) e amaciante são produtos químicos que podem irritar a pele e nem sempre o idoso percebe, pois a sensibilidade reduzida não permite. Pessoas mais sensíveis correm o risco de ter a pele muito agredida causando um problema mais sério que só vai ser resolvido por um médico. É por isso que recomenda-se o uso de um produto menos forte, aquele para roupas delicadas, roupa de bebê ou sabão de coco (de boa qualidade). Eu acho que é melhor gastar com um sabão um pouco mais caro do que gastar com médico e remédio. É lógico que para roupas mais pesadas, como calça jeans o velho e bom sabão em pó é o ideal.

Fica claro então porque é fundamental que você tenha certeza de que a roupa foi bem enxaguada, ter certeza de que não sobrou resíduo de produtos no final da lavagem.

Esta questão do tipo de tecido e forma de lavar se aplica também aos lençóis, fronhas, cobertores e toalha de banho. Se você gosta de viajar saiba que tem hotel "que é mestre" em ter toalhas ásperas ou com resíduo de produto. Se a sua pele é sensível não custa levar uma toalha na mala (só por garantia).

Tudo bem que sapato não é roupa, mas acho que não posso deixar de falar dele. Afinal, sair de roupa, mas sem sapato, não dá, não é?!

Não quero ser repetitiva, pois o raciocínio é o mesmo. A pele dos pés, é pele....... como a do resto do corpo.....então também perde sensibilidade e se torna mais fina e delicada. É por isso que é necessária uma atenção especial aos pés e à escolha do sapato. Ele deve ser o mais cômodo possível!  No final do dia, não custa dar uma verificada no "pobre pé", aquele que te aguentou durante todo o dia! Dê uma olhadinha, veja se não há partes machucadas ou irritadas. Desta forma você pode agir a tempo, e identificar se algum sapato ou meia está fazendo mal ao pobrezinho!!!

Se o seu pé costuma inchar durante o dia, tem uma dica! Compre sapatos sempre no período da tarde, para ter certeza de que ele ficará cômodo quando seu pé inchar.  Ao sair, no horário da manhã, coloque uma palmilha e quando perceber que o pé está ficando apertado tire a palmilha e a guarde num saquinho. Tire do saquinho quando chegar em casa e coloque-a para arejar. Nunca compre sapato no período da manhã, pois os pés sempre incham, mesmo que pouquinho, e isso pode transformar o "ex-sapato cômodo" em um objeto de tortura!

Agora sim, compreendendo que há redução na sensibilidade da pele e que ela fica mais delicada no decorrer dos anos, você pode gastar alguns momentos do seu dia para pensar: em que mais isso afeta no seu cotidiano. Quem sabe você descobrirá outros temas que pretendo abordar em textos futuros....

Se você quer saber mais sobre este assunto me avise via comentário ou mesmo por e-mail: idosoecotidiano@gmail.com Caso eu identifique um grande interesse pelo tema solicitarei a um médico que faça um texto mais completo e o publicarei para vocês.

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